O que é Recurso Ordinário
O que é Recurso Ordinário
O recurso ordinário é um instrumento jurídico previsto no ordenamento brasileiro que permite a revisão de decisões proferidas por tribunais inferiores. Este tipo de recurso é regulado pelo Código de Processo Civil (CPC), especificamente nos artigos 1.009 a 1.014, e é utilizado em situações em que a parte interessada busca a reforma ou anulação de uma sentença que considera injusta ou errônea.
De acordo com o artigo 1.009 do CPC, o recurso ordinário é cabível contra decisões que não tenham sido proferidas em última instância, ou seja, é um recurso que visa levar a questão a um tribunal superior, como o Superior Tribunal de Justiça (STJ) ou o Supremo Tribunal Federal (STF). A sua utilização é comum em matérias que envolvem questões de direito federal e constitucional.
Um aspecto importante do recurso ordinário é que ele deve ser interposto dentro de um prazo específico, que geralmente é de 15 dias, conforme estipulado pelo artigo 1.003 do CPC. O não cumprimento desse prazo pode resultar na perda do direito de recorrer, o que ressalta a importância de uma assessoria jurídica adequada para garantir que todos os prazos e requisitos sejam atendidos.
O recurso ordinário pode ser utilizado em diversas situações, como em casos de decisões que envolvem a interpretação de normas jurídicas, a análise de provas ou a aplicação de penalidades. É essencial que a parte recorrente apresente argumentos sólidos e fundamentados, além de demonstrar o impacto da decisão recorrida em seus direitos.
Além disso, o recurso ordinário deve ser instruído com os documentos necessários, como a cópia da decisão recorrida e os comprovantes de pagamento das custas processuais, conforme exigido pelo artigo 1.011 do CPC. A falta de documentação adequada pode levar à inadmissibilidade do recurso, o que reforça a necessidade de atenção aos detalhes na sua elaboração.
Uma característica relevante do recurso ordinário é que ele não admite reexame de fatos, ou seja, o tribunal superior não pode reavaliar as provas já apresentadas, limitando-se a analisar a legalidade da decisão recorrida. Essa limitação é importante para garantir a celeridade processual e evitar a reanálise de questões já decididas.
O recurso ordinário também pode ser utilizado em matérias trabalhistas, conforme previsto na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), especificamente no artigo 895. Nesse contexto, o recurso é direcionado ao Tribunal Superior do Trabalho (TST) e é utilizado para contestar decisões de tribunais regionais do trabalho.
É importante destacar que a interposição do recurso ordinário não suspende automaticamente a eficácia da decisão recorrida, salvo em casos específicos previstos em lei. Portanto, a parte interessada deve estar ciente de que a decisão pode continuar a produzir efeitos enquanto o recurso é analisado.
Por fim, o recurso ordinário é um mecanismo fundamental no sistema jurídico brasileiro, permitindo que as partes busquem a correção de decisões que consideram injustas. A sua correta utilização pode ser decisiva para a obtenção de um resultado favorável em um litígio, sendo essencial que as partes envolvidas compreendam suas características e requisitos legais.